sexta-feira, 16 de novembro de 2007

As Crianças do Gana pertecem ao passado da sociedade da comunicação

Agora que não se fala das crianças do Gana vítimas de tráfico para a Europa é oportuno voltar ao assunto para nos recordarmos que neste segundo estão a morrer crianças no Gana e noutros países vítimas de fome e de sede, vítimas do horror de guerras que não são suas e reduzidas ao estatuto de "não-pessoas".
Os Relatórios da UNICEF sobre a situação das crianças do mundo são um retrato fiel da forma como as crianças são tratadas na era da globalização, cuja mais evidente expressão é o título do Relatório de 2006 "Os Excluídos e Invisíveis".

Todos nos indignamos pela forma como aqueles pais deixaram os seus filhos partir com desconhecidos e acreditaram que os levavam para a escola e para um mundo melhor. Mas a realidade é que no Gana, a pobreza e a miséria convivem pacificamente com o trabalho infantil a partir do 5 anos, por exemplo. A globalização ainda não chegou ao Gana.

A agenda da protecção à infância tem de estar inscrita na agenda da paz, da justiça social e do combate à pobreza. De outra forma, a comunidade internacional deve corar de vergonha cada vez que acorda ao som do despertador da "hipocrisia social".
As Crianças do Gana têm o seu nome registado no "Livro dos Invisíveis" e pertencem ao passado da sociedade da comunicação.

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